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Município de Pernambuco com a maior taxa de assassinatos por 100 mil habitantes, o Cabo de Santo Agostinho vive uma disputa intensa entre facções pelo domínio do tráfico de drogas. Mas as investigações da Polícia Civil revelaram que a situação na cidade é ainda mais grave. Há forte corrupção envolvendo policiais civis e militares, que estariam recebendo valores em dinheiro mensalmente para não investigarem um esquema de furto e venda de combustíveis adulterados.

Uma operação foi deflagrada, na última sexta-feira (5), para cumprir 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão, todos expedidos pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de Ipojuca. Armas de fogo, celulares e uma grande quantia em dinheiro foram apreendidos.

Um comissário da Delegacia do Cabo de Santo Agostinho, cujo nome não foi revelado oficialmente, está entre os presos. O detalhe é que ele deveria estar de plantão, mas foi encontrado chegando em casa no momento em que foi preso. A delegacia foi alvo de buscas e apreensão, mas nada de relevante para a investigação teria sido encontrado.

Um empresário, dono postos de combustíveis no Recife, também foi preso temporariamente. O mandado foi cumprido na residência dele, em um edifício de luxo no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da capital. Ele seria um dos líderes da organização criminosa. 

Apesar da gravidade e dos fortes indícios de corrupção envolvendo profissionais da segurança em Pernambuco, a Polícia Civil mantém discrição em relação ao caso. Tanto que não marcou coletiva de imprensa para falar sobre a operação, como normalmente acontece.

ESQUEMA ENVOLVE MOTORISTAS DE CAMINHÕES

A Operação Graxa II é o desdobramento da primeira, realizada em fevereiro de 2022. As investigações, conduzidas pelo delegado Ney Luiz Rodrigues, titular da Delegacia de Porto de Galinhas, indicaram que o esquema conta com a participação de motoristas de caminhões que transportam combustíveis.

Após receberem o carregamento no Porto de Suape, esses investigados avisaram a outros integrantes do grupo o horário de saída dos caminhões, locais de parada e tipo de combustíveis que estavam sendo transportados. Em pontos combinados, os comparsas aguardavam com galões para furtar os combustíveis, que depois eram alterados e comercializados em postos dos bairros de Boa Viagem e do Cordeiro, ambos no Recife.

Foi identificado que os integrantes da organização utilizavam os termos “graxa”, “fanta” e “cachaça” para se referir ao óleo diesel, gasolina e álcool, respectivamente.

Policiais militares foram identificados ao longo das investigações da primeira fase, resultando em apuração conduzida pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Pernambuco. Eles chegaram, inclusive, a ser presos.

(Com informações do JC)

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